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Com Mounjaro esgotado nas farmácias, usuários fazem ‘busca alternativa’ para compra
Expectativa é de que o produto volte às prateleiras após a obrigatoriedade de prescrição médica
Midiamax/Evelyn Mendes
Já é fato que a procura por Mounjaro, medicamento que influencia no emagrecimento e que virou “febre” no país, afeta Campo Grande. Contudo, com a droga em falta nas farmácias, interessados já recorrem a outras estratégias para encontrá-lo, como clínicas, farmácias de manipulação e até compras internacionais.
A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, age no controle da glicose e também reduz o apetite, proporcionando efeito emagrecedor significativo. Esses resultados tornaram a droga extremamente popular — menos no preço, já que uma caneta custa, em geral, mais de R$ 1,4 mil, a depender da dosagem.
Mesmo com o custo, tão logo o medicamento ou a ser disponibilizado legalmente no Brasil, no começo de maio, os estoques não foram suficientes para a demanda. Assim, a tirzepatida segue esgotada nas prateleiras das farmácias de Campo Grande.
O Jornal Midiamax apurou que o medicamento segue sem previsão de reposição por meios convencionais, principalmente nas farmácias de rede. Em uma delas, onde a alta demanda fez o medicamento ficar indisponível em pouco tempo, a expectativa seria de que o abastecimento volte a ocorrer após a regulamentação da venda com receita obrigatória, prevista para metade de junho.
Já em outra rede há uma lista de espera para os interessados em adquirir o remédio. “Está escasso, a gente anota o nome e avisa quando chegar, mas não tem previsão', informou uma funcionária da unidade.
Opções para uso do medicamento
Thainara Holanda, que faz acompanhamento para emagrecimento desde maio de 2023, utiliza Mounjaro. No entanto, ela afirma que nunca comprou em farmácia convencional. “Uso a versão manipulada, vendida na clínica onde faço tratamento. Sempre consegui o por lá', relata.
Ao todo, Thainara afirma ter eliminado 101 kg com acompanhamento médico, dieta, exercícios e uso de medicamentos, entre eles, a tirzepatida manipulada. “Comecei o uso do Mounjaro quando estagnei no meu processo de perda de peso. Já tinha eliminado 56 kg sem a medicação. Com ela, perdi mais 45 kg', conta.
Com dificuldade para emagrecer, Adriana Oliveira também usou o Mounjaro, obtido por encomenda internacional. “Vi sobre ele nas redes sociais e comprei por indicação de uma médica amiga, ela trouxe dos Estados Unidos”, conta. Adriana fez uso pontual de tirzepatida para perder medidas, mas planeja comprar mais do produto. Ela afirma ter emagrecido entre 5 kg e 12 kg.
Alto custo e estoque zerado
Atualmente, o preço médio das canetas está na faixa de R$ 1.400, dependendo da rede de farmácia. Na Drogasil, a caneta de 2,5 mg custa de R$ 1.406 no aplicativo a R$ 1.506 na loja física, enquanto o de 5 mg sai por R$ 1.759. Já na Pague Menos, o preço-base do medicamento é de R$ 1.406.
Enquanto isso, a concorrência barateia os preços. A farmacêutica que produz os medicamentos Ozempic e Wegovy anunciou na segunda-feira (2) redução de preço das canetas no Brasil. No caso do Ozempic, a depender da dosagem, o produto custa de R$ 825 (0,25 mg, pelo e-commerce) a R$ 1.099 (1,0 mg, em lojas físicas).
Já o Wegovy, da mesma marca, custa também de R$ 825 (0,25 mg, pelo e-commerce) a R$ 1.799,00 (versão de 2,4 mg, em lojas físicas). Confira os preços divulgados clicando AQUI.
Obesidade em MS
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, 70% da população de Mato Grosso do Sul está com excesso de peso. Esse cenário cria terreno fértil para a busca por soluções medicamentosas.
Contudo, na maioria das vezes, são alternativas rápidas para a condição. Assim, especialistas alertam para ter cautela ao optar por esse caminho. Um exemplo é o aumento de contrabando das canetas emagrecedoras, as quais, sem o devido armazenamento, podem ser prejudiciais ao ser humano.